O caraça, administrado por brasileiros inicia em 1903, com o superiorato do padre Francisco de Paula e Silva. O padre superior reabre a escola apostólica que funcionará até o terrível incêncio de 1968.
Graças à persistência e a dedicação dos padres, ainda podemos observar um grande acervo artístico dos séculos XVIII e XIX, um período de grandes acontecimentos, como a visita de D. Pedro II, em 1881, a construção do órgão de 700 tubos, a chegada da luz elétrica, em 1893 e a formação de grandes nomes, como os ex-presidentes Affonso Augusto Moreira Penna (15.11.1906 a 14.06.1909) cuja carreira política teve incício após ter sido jurista.
Foi Deputado Federal por Minas, em 1874 e, sendo deputado, foi Ministro da Guerra, em 1822, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, em 1883 e 1884, Ministro da Justiça, em 1885. Nos primeiros anos da República foi Presidente da Constituinte mineira. Foi Presidente (nomenclatura da época) de Minas Gerais entre 1892 e1894] e Arthur da Silva Bernardes (15.11.1922 a 15.11.1926), cuja carreira política teve início como vereador e presidente da Câmara em Viçosa-MG, sua cidade natal, em 1906, prosseguindo como Deputado Federal (1909 a 1910) e (1915 a 1917). Além desses cargos, Arthur Bernardes foi secretário de finanças de Minas Gerais, em 1910 e presidente de Minas, de 1918 a 1922.
Ao chegar ao Caraça, em 1881, D. Pedro II, aos 57 anos de idade, ao passar pela antiga estrada ao lado da Cascatona, teria dito: Uma das mais belas cascatas que eu conheço.
Não posso descrever tanta beleza. E D. Pedro tinha razão: a visão é uma das mais belas de toda a região.
Em 1926, contrariando os engenheiros da época, que diziam ser impossível a construção de uma estrada até o Caraça, um motorista da cidade de Barão de Cocais, senhor Minervino, constrói a estrada em local dito irrealizável. O ensinamento da escola apostólica foi orientado por professores de onze nacionalidades tais como brasileiros, portugueses, franceses, italianos, alemães, dentre outros de outras culturas.
E todos contribuíram para a formação de grandes nomes no cenário político e cultural brasileiro. Na história do colégio e escola apostólica, mais de onze mil alunos passaram por suas salas. Alguns deles chegaram à Presidência da República, outros, a governança de estado.
Também desembargadores, políticos e profissionais liberais. No ano de 1994, a área de 11 233 hectares em torno do colégio se transforma em Reserva Particular.
O Santuário do Caraça está situado a exatos 116 km de Belo Horizonte. Para ser bem preciso, esta quilometragem foi aferida partindo da recepção do Caraça ao centro do Viaduto São Francisco, na Capital mineira. O patrimônio estende-se por uma área de 11 233 ha e localiza-se numa altitude de 1390,62 m. O Santuário é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). O terreno é montanhoso, com altitudes que variam dos 750 m até os 2072 m do Pico do sol.
Seu clima é ameno durante todo o ano, registrando uma temperatura média na ordem dos 15 graus centígrados. A condição do seu clima, as condições geológicas e o isolamento dos grandes núcleos urbanos favorecem a preservação da flora e da fauna, o que propicia a ocorrência de plantas e animais em risco de extinção. A vegetação predominante é de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, surgindo, nas partes mais altas, os campos rupestres. Diuturnamente, animais raros cruzam as trilhas do parque chegando alguns, como o lobo guará, ao adro da igreja. O guará é a atração principal das noites do Caraça. Vem ao adro onde o espera uma vasilha contendo a sua ceia, aí colocada pelos padres do santuário.
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