A História do Caraça


O Início

Abençoado, o Irmão Lourenço não poderia imaginar quão longe chegaria a sua magnífica obra.

"Na mente do fundador do Caraça, ele queria que fosse uma casa de recolhimento das pessoas e fosse uma casa de estudos. A casa de recolhimento, ele fez, fundou etc. e nós queremos conservar isto. Então, o Caraça é um pouco diferente de um hotel, de uma pousada ou de um recanto de recreio. É um lugar para onde as pessoas vêm, sobretudo, pra rezar, pra ver a beleza da paisagem natural, a beleza das coisas que Deus criou aqui e conservar também essa naturalidade da nossa vida simples. Mostrando a simplicidade das coisas as pessoas são felizes. À medida em que as pessoas se sofisticam demais, ficam muito preocupadas com o aparecer e não com o ser, as pessoas se degradam e criam um ambiente ruim. Então, a gente quer conservar conservar essa mentalidade e essa filosofia de vida de que o Caraça seja uma casa religiosa, uma casa onde as pessoas se encontrem, encontrando Deus, também, consigo." - Pe. Célio M. Dell"Amore. c.m. - Diretor do Santuário quando da gravação do documentário.

"Após o incêndio ocorrido em 1968, o Caraça teve de buscar outras alternativas. Uma delas foi a parceria com instituições e universidades e de um amplo planejamento da atividade turística. "A proposta inicial foi ordenar o turismo porque como reserva particular o Caraça necessita do turismo para a sua manutenção. Os trabalhos iniciais foram ordenar os passeios, implantar coleta seletiva de lixo e implantar pequenas atividades educativas que vieram com a implantação do serviço de monitoria ambiental." - Consuelo Paganini - Gerente ambiental

O Caraça é uma casa antiga na mente do fundador Irmão Lourenço de Nossa Senhora. Um personagem enigmático, inguém sabe quem é, mas parece que é Carlos Mendonça Távora, chegou por volta de 1768 e 1770 e construiu uma pequena ermida e uma casa de acolhimento. Ele vai morrer em 1819, sendo que em 1810 ele faz a doação do Caraça e todo o terrítório e da construção que ele tinha feito para D. João VI que chamou de portugal dois padres de São Vicente de Paulo para continuarem a obra do irmão que havia falecido em outubro. Os padres chegaram aqui (ao Brasil) em 15 de novembro e foram mandados pra cá em... começo de janeiro de 1820. Chegaram aqui (ao Caraça) em 15 de abril de 1820, e deram continuidade a Casa de Acolhimento da Irmandade. - Pe. Célio M. Dell"Amore. c.m. - Diretor do Santuário quando da gravação do documentário.

Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais, em fins do século XVII, vária vilas desenvolveram-se nas margens dos ribeirões e, grande parte do ouro extraído era enviado para Portugal e, posteriormente, Inglaterra. Em fins do século XVIII, a Coroa Portuguesa descobre, através de denúncia de Joaquim Silvério dos Reis que o grupo de jovens idealistas, influenciados pela Revolução Americana planejava uma revolta contra o Império. Os chamados Inconfidentes foram presos um a um e, o seu maior nome, Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes, foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792. Na segunda metade do séc. XVIII, a colônia brasileira passaria à condição de vice-reinado, e o ouro que começava a mostrar sinais de escassez já não era garimpado com tanta abundância. Nesse contexto histórico, um homem codinominado Irmão Lourenço de Nossa Senhora chega à Serra do Caraça por volta de 1770. E constrói, em 1774, uma ermida em homenagem a Nossa Senhora Mãe dos Homens.

Igreja no estilo neogótico

Com a chegada dos padres portugueses, o Colégio do Caraça inicia suas atividades, no começo do Ano Imperial de 1821, com quatorze alunos. Seu ensino era eminentemente humanista e tinha como base o Grego, o Latim e a Língua Pátria. Com o surto de varíola que acometeu a cidade de Mariana no ano de 1853, o Bispo D. Viçoso resolveu reabrir o Colégio do Caraça, fechado em 1842, ano de insurgência da Província de Minas contra o Imperador do D. Pedro II. É o início da idade de ouro do Caraça que passa a ser o formador do clero mineiro.

Novos Tempos


Foi Deputado Federal por Minas, em 1874 e, sendo deputado, foi Ministro da Guerra, em 1822, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, em 1883 e 1884, Ministro da Justiça, em 1885. Nos primeiros anos da República foi Presidente da Constituinte mineira. Foi Presidente (nomenclatura da época) de Minas Gerais entre 1892 e1894] e Arthur da Silva Bernardes (15.11.1922 a 15.11.1926), cuja carreira política teve início como vereador e presidente da Câmara em Viçosa-MG, sua cidade natal, em 1906, prosseguindo como Deputado Federal (1909 a 1910) e (1915 a 1917). Além desses cargos, Arthur Bernardes foi secretário de finanças de Minas Gerais, em 1910 e presidente de Minas, de 1918 a 1922.

Ao chegar ao Caraça, em 1881, D. Pedro II, aos 57 anos de idade, ao passar pela antiga estrada ao lado da Cascatona, teria dito: Uma das mais belas cascatas que eu conheço.

Não posso descrever tanta beleza. E D. Pedro tinha razão: a visão é uma das mais belas de toda a região.

Em 1926, contrariando os engenheiros da época, que diziam ser impossível a construção de uma estrada até o Caraça, um motorista da cidade de Barão de Cocais, senhor Minervino, constrói a estrada em local dito irrealizável. O ensinamento da escola apostólica foi orientado por professores de onze nacionalidades tais como brasileiros, portugueses, franceses, italianos, alemães, dentre outros de outras culturas.

E todos contribuíram para a formação de grandes nomes no cenário político e cultural brasileiro. Na história do colégio e escola apostólica, mais de onze mil alunos passaram por suas salas. Alguns deles chegaram à Presidência da República, outros, a governança de estado.

Seu clima é ameno durante todo o ano, registrando uma temperatura média na ordem dos 15 graus centígrados. A condição do seu clima, as condições geológicas e o isolamento dos grandes núcleos urbanos favorecem a preservação da flora e da fauna, o que propicia a ocorrência de plantas e animais em risco de extinção. A vegetação predominante é de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, surgindo, nas partes mais altas, os campos rupestres. Diuturnamente, animais raros cruzam as trilhas do parque chegando alguns, como o lobo guará, ao adro da igreja. O guará é a atração principal das noites do Caraça. Vem ao adro onde o espera uma vasilha contendo a sua ceia, aí colocada pelos padres do santuário.

Como Chegar


De Belo Horizonte-MG para o Caraça (120 Km):

BR 381 sentido Vitória-ES até o trevo para Barão de Cocais – Santa Bárbara – Caraça. Seguir pela MG 436 via Barão de Cocais. Antes da cidade de Santa Bárbara, virar à direita para o Caraça.

MUSEU DO CARAÇA


Com uma idade aproximada de 200 anos, o Museu do Caraça preserva hoje enormes relíquias históricas do seu passado. Suas paredes já serviram como quarto do Irmão Lourenço, capela, sala de oração, local de reuniões e estudo, como é o caso do colégio interno por onde passaram mais de 10 mil alunos. Porém o ensino neste local teve um fim trágico na noite do dia 28 de maio de 1968, quando um incêndio destruiu aproximadamente 20 mil exemplares da biblioteca, além do teatro, juntamente com os três andares de sua edificação. Desde então os padres do Caraça centraram seus esforços para preservar e apresentar neste museu todo o acervo que marcou o passado local. Sua exposição é composta de livros editados em 1600, a cama usada pelo imperador Dom Pedro II, fogareiro que causou o incêndio do colégio, objetos da igreja, dentre outros. Valem destaques os livros " a imitação de Cristo" que cabe numa caixa de fósforo e a "história natural", escrito pelo romano Plínio, impresso em Veneza no ano de 1489.




Imagens do Museu:








Fauna, Flora e Geologia

A fauna e a flora não deixam nada a desejar. Mais de 200 mil espécies de orquídeas já foram detectadas no local, o que torna também o Caraça um lugar propício para se observar os pássaros.
O Parque do Caraça. Com sua fauna e flora peculiar é cenário perfeito para os amantes da natureza, onde o ecoturismo e turismo de aventura podem ser explorados através de caminhadas, escaladas, birdwatching, mountain bike, dentre várias outras atividades.
O atual parque compreende uma área de 11.233 hectares onde convivem os ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado, caracterizando-se como uma área de transição. A sua altitude varia entre os 720 e os 2.070 metros acima do nível do mar, com destaque para o chamado Pico do Sol, considerado como ponto mais alto da região e da serra do Espinhaço. Segundo alguns geólogos, a serra do Caraça apresenta a mais antiga superfície de aplainamento não fossilizado do país.

Entre as espécies estudadas no parque, foram identificadas mais de duzentas espécies de orquídeas, além de exemplares de candeia, macaúba, angico, ipê amarelo, entre outros. Essa diversidade vegetal provê suporte a uma fauna também variada, onde convivem diversas espécies de aves (siriemas, tucano-de-peito-amarelo) e animais como saguis, sauás, quatis, suçuaranas, raposas, antas, pacas, o tamanduá-mirim e o lobo-guará, entre outros.

Fungos e Líquens

O reino Fungi é um grande grupo de organismos eucariotas, cujos membros são chamados fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras e bolores, bem como os mais familiares cogumelos. Os fungos são classificados num reino separado das plantas, animais e bactérias. Uma grande diferença é o facto de as células dos fungos terem paredes celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm celulose. Estas e outras diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organismos relacionados entre si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros ou Eumycetes), e que partilham um ancestral comum (um grupo monofilético). Este grupo de fungos é distinto dos estruturalmente similares Myxomycetes (agora classificados em Myxogastria) e Oomycetes. A disciplina da biologia dedicada ao estudo dos fungos é a micologia, muitas vezes vista como um ramo da botânica, mesmo apesar de os estudos genéticos terem mostrado que os fungos estão mais próximos dos animais do que das plantas.

Abundantes em todo mundo, a maioria dos fungos é inconspícua devido ao pequeno tamanho das sua estruturas, e pelos seus modos de vida crípticos no solo, na matéria morta, e como simbiontes de plantas, animais, e outros fungos. Podem tornar-se notados quando frutificam, seja como cogumelos ou como bolores. Os fungos desempenham um papel essencial na decomposição da matéria orgânica e têm papéis fundamentais nas trocas e ciclos de nutrientes. São desde há muito tempo utilizados como uma fonte direta de alimentação, como no caso dos cogumelos e trufas, como agentes levedantes no pão, e na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho, a cerveja, e o molho de soja. Desde a década de 1940, os fungos são usados na produção de antibióticos, e, mais recentemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente e em detergentes. São também usados como agentes biológicos no controlo de ervas daninhas e pragas agrícolas. Muitas espécies produzem compostos bioativos chamados micotoxinas, como alcaloides e policetídeos, que são tóxicos para animais e humanos. As estruturas frutíferas de algumas espécies contêm compostos psicotrópicos, que são consumidos recreativamente ou em cerimónias espirituais tradicionais. Os fungos podem decompor materiais artificiais e construções, e tornar-se patogénicos para animais e humanos. As perdas nas colheitas devidas a doenças causadas por fungos ou à deterioração de alimentos pode ter um impacto significativo no fornecimento de alimentos e nas economias locais.

O reino dos fungos abrange uma enorme diversidade de táxons, com ecologias, estratégias de ciclos de vida e morfologias variadas, que vão desde os quitrídios aquáticos unicelulares aos grandes cogumelos. Contudo, pouco se sabe da verdadeira biodiversidade do reino Fungi, que se estima incluir 1,5 milhões de espécies, com apenas cerca de 5% destas formalmente classificadas. Desde os trabalhos taxonómicos pioneiros dos séculos XVII e XVIII efetuados por Lineu, Christiaan Hendrik Persoon, e Elias Magnus Fries, os fungos são classificados segundo a sua morfologia (i.e. caraterísticas como a cor do esporo ou caraterísticas microscópicas) ou segundo a sua fisiologia. Os avanços na genética molecular abriram o caminho à inclusão da análise de ADN na taxonomia, o que desafiou por vezes os antigos agrupamentos baseados na morfologia e outros traços. Estudos filogenéticos publicados no último decénio têm ajudado a modificar a classificação do reino Fungi, o qual está dividido em um sub-reino, sete filos e dez subfilos.

Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.

A natureza dupla do líquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do líquen é formado pelo fungo.

Morfologia

Normalmente existem três tipos de talo:
Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.

Folioso: o talo é parecido com folhas
Fruticoso: o talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta

Reprodução

Os liquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode formam conídios, ascósporos ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados pelos fungos do líquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.

O fotobionte se reproduz vegetativamente. O líquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O líquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.

Habitat

Os liquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens são organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem liquens que são substratos para outros liquens.

A capacidade do líquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.

Importância Econômica

Os liquens produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo, tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também possuem ação citotóxica e antibótica.

Quando a associação é com uma cianobactéria, os liquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo.

Os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.

Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.






Plantas do Caraça

A Flora não deixa nada a desejar. Mais de 200 mil espécies de orquídeas já foram detectadas no local, possuí uma diversidade enorme de espécies de plantas, entre elas:

Angiospermas


Gimnospermas


Pteridófitas


Briófitas

Angiospermas


As angiospermas são as plantas de maior ocorrência em nosso planeta, apresentando-se nos mais diversos tamanhos, formas e ambientes. Diferentemente das gimnospermas, são dotadas de flores e frutos. Esta primeira estrutura abriga os elementos relacionados à reprodução sexuada e outras estruturas, a seguir:







- Gineceu (sistema reprodutor feminino):





- Androceu (sistema reprodutor masculino):

O pedicelo é responsável pela sustentação da flor ao caule e o receptáculo é a estrutura que prende as sépalas. Estas, em conjunto, são denominadas cálice; e o conjunto de pétalas é a corola.

Na região terminal dos estames há as anteras: estruturas que abrigam o pólen. Já na região basal dogineceu, localiza-se o ovário da flor.

As cores atrativas das pétalas, o cheiro da flor e a presença de néctar permitem com que insetos, aves e morcegos se aproximem destas estruturas. Desta forma, tais indivíduos são capazes de propiciar a polinização, ao levarem os pólens até o estigma. Após este evento, o óvulo fecundado transforma-se em semente; e as paredes do ovário, em fruto.

Ao envolver as sementes, os frutos protegem estas estruturas, permitindo com que a dispersão destas aconteça de forma mais eficiente. Por serem base para a alimentação de diversos animais, estes podem também facilitar este processo.

Estas duas características, aliadas ao surgimento do sistema de vasos condutores, são os três grandes fatores que contribuíram para que este grupo vegetal fosse constituído, hoje, de mais de 235 mil espécies, em todo o planeta.


Gimnospermas


A grande evolução neste grupo de plantas foi o surgimento da semente. As sementes destas plantas não estão protegidas pelo fruto, como nas angiospermas, porém a semente garante enorme proteção e alimentação ao embrião.

O grupo das gimnospermas atuais é composto de quatro filos:

- Cycadophyta
- Ginkgophyta
- Conipherophyta
- Gnetophyta

As gimnospermas possuem raízes, caule, folhas e sementes, mas não apresentam frutos.

Os óvulos e as sementes de gimnospermas são expostos ao ambiente pelos esporofilos. A semente é o óvulo maduro portador de um embrião.

As gimnospermas são heterosporadas e portadoras de megafilos.

Diferente das outras plantas estudadas anteriormente, as gimnospermas produzem vários arquegônios com oosferas e, consequentemente, vários embriões podem ser formados, porem apenas um sobrevive. Esse processo chama-se poliembrionia e ocorre em apenas um óvulo.

Outro avanço das gimnospermas é a independência de água para a fecundação, pois surge o grão de pólen, que é o gametófito masculino em desenvolvimento, que se completa quando fecunda a oosfera.

O processo de dispersão do grão de pólen é chamado de polinização. Quando o grão de pólen encontra o arquegônio, um tubo polínico é formado e depois se rompe, liberando anterozóides multiflagelados que nadam até o arquegônio fecundando a oosfera. A função do tubo polínico é levar o gameta até a oosfera, para que ele não dependa de água para a fecundação.

A estrutura de reprodução é chamada de estróbilo e há plantas monóicas e dióicas.


Pteridófitas



As pteridófitas foram as primeiras plantas vasculares na Terra (traqueófitas), ou seja, possuem vasos condutores de seiva (substância nutriente), o que permitiu que esse tipo de planta tivesse maior porte, e podem ser divididas em 4 filos: psilophyta, lycophyta, sphenophyta e pterophyta (as quais pertencem as samambaias).As pteridófitas não possuem sementes, reproduzindo-se por alternância de gerações sendo a fase esporófita a sua mais desenvolvida (com raiz caule e folhas), diferentemente das briófitas. Seus gametas masculinos (anterozóides) são flagelados, o que faz a planta depender de ambientes terrestres úmidos para a sua reprodução, já que eles nadam para chegar aos arquegônios (gametas femininos da planta, que já possuíam a oosfera) para ocorrer a fecundação. Apesar disso, não é impossível encontrar espécies em ambientes como a caatinga nordestina.
Seu caule (rizoma) é geralmente subterrâneo, e as samambaias e avencas por exemplo, podem viver hospedando-se em outras plantas como o dendezeiro por exemplo, sendo aquelas suas comensais (não a prejudicam).

No mundo, estima-se que existam desde 9,000 à 12,000 espécies de pteridófitas, sendo que 3,250 delas estão na América do Sul, e destas, 30% estão no Brasil.

Reprodução:

As pteridófitas, como as briófitas, não possuem sementes e se reproduzem por meio de um ciclo que apresenta uma fase assexuada e outra sexuada (alternância de gerações), mas a sua fase mais desenvolvida é a esporófita, com raiz caule e folhas.Em certas épocas, na superfície inferior das folhas da samambaia, por exemplo, formam-se pontos escuros chamados de soros, onde se produzem os esporos (fase esporófita).

Quando os esporos amadurecem, os soros abrem-se, deixando-os cair no solo úmido; cada esporo, então, germinará e dará origem ao protalo. O protalo é uma planta sexuada, em forma de coração, produtora de gametas (fase gametófita).

No protalo, formam-se os anterozóides e os arquegônios. Os anterozóides, deslocando-se em água, nada em direção à oosfera, fecundando-a. Surge, então, o zigoto, que se desenvolve, transformando-se em uma nova samambaia,que, quando adulta, iniciará um novo ciclo para a sua reprodução.

Já que o gameta masculino da planta, o anterozóide, é flagelado, as pteridófitas dependem de ambientes terrestres úmidos para se reproduzirem, mas não é impossível de se encontrar espécies que vivem na caatinga nordestina por exemplo.


Briófitas


Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

  • rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;
  • cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;
  • filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.
  • Estrutura das briófitas

    Essas estruturas são chamadas de rizoides, cauloides e filoides porque não têm a mesma organização de raízes, caules e folhas dos demais grupos de plantas (a partir das pteridófitas). Faltam-lhes, por exemplo, vasos condutores especializados no transporte de nutrientes, como a água. Na organização das raízes, caules e folhas verdadeiras verifica-se a presença de vasos condutores de nutrientes.

    Devido a ausência de vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas são sempre pequenas, baixas.

    Acompanhe o raciocínio: se uma planta terrestre de grande porte não possuísse vasos condutores, a água demoraria muito para chegar até as folhas. Nesse caso, especialmente nos dias quentes - quando as folhas geralmente transpiram muito e perdem grande quantidade de água para o meio ambiente -, elas ficariam desidratadas (secariam) e a planta morreria. Assim, toda a planta alta possui vasos condutores.

    Reprodução das briófitas

    Os musgos verdes que vemos num solo úmido, por exemplo,sãoplantas sexuadas que representam a fase chamada gametófito, isto é, a fase produtora de gametas.

    Nas briófitas, os gametófitos em geral têm sexos separados. Em certas épocas,os gametófitos produzem uma pequena estrutura, geralmente na região apical- onde terminam os filoides. Ali os gametas são produzidos.Os gametófitos masculinos produzem gametas móveis, com flagelos: os anterozoides.Já os gametófitos femininos produzem gametas imóveis, chamados oosferas.Uma vez produzidos na planta masculina, os anterozoides podem ser levadosaté uma planta feminina com pingos de água da chuva que caem e respingam.

    Na planta feminina, os anterozoides nadam em direção à oosfera; da união entre umanterozoide e uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobrea planta feminina. Em seguida, o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase produtora de esporos.

Agradecimento


Gostaríamos de agradecer nosso Professor Igor Alvarenga por suas aulas nos anos de 2010 e 2011.
Sabemos que daqui a alguns dias, não estará mais dando aula para nosso colégio, então desejamos sucesso em sua profissão e vida pessoal!
Obrigado por tudo!

Lucas Santiago e Arthur de Carvalho